Fabiana Karla: 'Cheguei no Zorra Total mergulhando de cabeça'
Sucesso com as personagens Gislaine, Lucicreide e Lorca, do Zorra Total, que vai ao ar na Rede Globo aos sábados, logo após Caminho das Índias, a atriz Fabiana Karla precisou de muita coragem para realizar seu grande sonho de trabalhar no humorístico. A pernambucana chegou ao Rio de Janeiro e fez, literalmente, um plantão na porta do Projac em busca de um teste:
- Eu cheguei no Zorra mergulhando de cabeça. Fiquei na portaria do Projac e pedi para o Sherman (diretor do programa) uma oportunidade. Eu pulei em cima dele e falei: "Sabe o que é alguém vir do nordeste com uma mala cheia de sonhos? Esse alguém sou eu. Eu sei que o que eu estou fazendo é ridículo, mas se eu não fizer vou morrer com a culpa de não ter feito". Pensei que ele fosse me mandar para o beleléu, mas ele foi super atencioso e me deixou voltar - lembra emocionada.
Dois dias depois, Fabiana Karla estava fazendo o teste e contracenou com o próprio Sherman:
- Lembro-me bem, foi com o texto do quadro Ofélia e Fernandinho. Eu fui a Ofélia e ele o Fernandinho. Foi maravilhoso. Foi nesse teste também, que apresentei a Lucicreide, uma personagem minha, e junto com a redação a gente deu uma roupagem mais universal para ela, que acabou entrando no programa. Eu fiquei muito feliz com isso. E até hoje, eu desconfio que a personagem que o Sherman mais gosta é a Lucicreide.
O sonho de fazer comédia
A pernambucana, que sempre sonhou em fazer palhaçadas na TV, tentou de tudo para realizar o sonho e diz levar jeito para a comédia graças ao espírito nordestino:
-Eu já era fã do Zorra Total, queria estar naquela tela fazendo aquelas brincadeiras. Eu nasci vendo os humoristas nordestinos emplacando na TV, vendo o Renato Aragão e o Chico Anysio. A primeira vez que eu encontrei com o Chico Anysio eu quase tive um troço. Lembro que eu vivia mandando fita para ele, na expectativa de que me colocasse na Escolinha. Comédia era tudo o que eu sempre quis fazer na minha vida.
Público serve como matéria-prima
A inspiração para personagens que ganharam o carinho do público só poderia ser o próprio povo, segundo Fabiana Karla:
- Eu faço tudo muito sem pretensão. Acho que o segredo é você observar. Eu sou muito curiosa. Sou capaz de ficar sentada em Copacabana observando as pessoas passarem só por prazer. Minha matéria-prima é o povo. Quanto mais eu me aproximo da realidade do povo, mais as pessoas se identificam, porque elas gostam de rir de si próprias. O assobio da Gislaine, por exemplo, foi inspirado na forma como o meu pai brincava com os passarinhos.
Fabiana Karla não se considera uma Cinderela, mas acredita que hoje vive um conto de fadas.
- É impressionante como todo mundo fala o "pooode" da Lorca. Eu me sinto feliz e honrada de saber que as pessoas reconhecem o meu trabalho.
A união faz a força
Observadora, Fabiana Karla conta que dá seus palpites para os roteiristas e acredita que o grande trunfo do Zorra Total é a união da equipe:
- A alegria com que a gente trabalha e a união são os grandes segredos do Zorra Total. Essa equipe é maravilhosa. Eu dou muitas ideias para a redação do programa. No início, eu tinha um pouco de vergonha. Depois, eles foram se acostumando comigo e eu faço isso para somar. Eles são muito receptivos. Eu gosto muito do senso de equipe e do comprometimento. Acho que aprendi isso com o esporte. Eu sou fofucha, mas praticava muitos esportes. Pasmem! - brinca.
Fabiana Karla é tão fã do trabalho em equipe que já sonha com uma parceria com o colega de Zorra Total, Leandro Hassum:
- Eu queria muito ter um quadro fixo com ele. A gente tem um namoro profissional grande e pensamos em trabalhar mais vezes juntos. Temos uma boa química e a gente se diverte muito juntos. É sempre um prazer trabalhar com ele.