Flávia Alessandra encerra ano com duas novelas e Playboy

23-12-2009 15:05

 Flávia Alessandra é destaque nas novelas da Globo Foto: TV Press

Flávia Alessandra é estrela da Globo

O ano de 2009 vai ficar na lembrança de Flávia Alessandra. A atriz faz sucesso como a protagonista Dafne deCaras & Bocas, está no ar na pele da vilã Cristina de Alma Gêmea, no Vale a Pena Ver de Novo, e ainda foi escolhida pela revista Playboy para ser a capa da edição de dezembro.

"Este foi um ano abençoado e este ensaio fecha com chave de ouro", conta Flávia. Assim como Dafne, Flávia admite que costuma ser a conselheira dos amigos e da família. "Gosto mesmo de ouvir e dar palpite na vida dos meus amigos. Acho que essa liberdade é bacana. É a melhor terapia que existe", opina.

Fazer cinema é o projeto da atriz para o ano que vem, depois que Caras & Bocas terminar. Só que, por enquanto, os convites não chegaram. "As pessoas partem do princípio de que eu não faria uma participação pequena. Isso acontece até em novela. Gente, não tem isso. Eu aceito os papéis menores", oferece-se. No currículo de Flávia constam três produções para a telona: Por um Fio, de 2003; No Meio da Rua, de 2006; e O Homem que Desafiou o Diabo, de 2007. "Eu amo fazer cinema", garante.

 

Como você definiria a Dafne? 
Ela é uma mocinha contemporânea, uma mulher com atitude, que responde, não leva desaforo para casa, não abre mão da profissão nem do amor. Ela se desdobra para dar conta da filha, do marido, do trabalho... Foi um achado do Walcyr desconstruir essa heroína tradicional de novela e emplacar uma nova mocinha, mais atual.

Você está no ar em Caras & Bocas e também em Alma Gêmea, que está sendo reprisada no Vale a Pena Ver de Novo. Você se assiste à tarde? 
Vejo porque a televisão da sala de estar do Projac fica ligada o tempo todo e, de vez em quando, passo e dou uma olhadinha. Também coloquei para gravar em casa. É gostoso rever porque não tem cobranças, expectativas... Já sei que a Cristina foi uma personagem que deu certo.

Como é a reação do público nas ruas? 
Todo mundo brinca. Quando vou trabalhar, as pessoas mexem dizendo que não está nada fácil para a Dafne e que a culpa é da Cristina. Dafne está pagando as maldades que a Cristina fez.

Você é filha de uma professora e de um comandante de navios. Como a profissão de atriz entrou na sua vida? 
Todo o mundo lá em casa é normal. Desde criança eu dizia que queria fazer teatro, filme e novela. Minha mãe e meu pai sabiamente souberam respeitar a minha escolha sem abrir mão dos estudos. Comecei com 7 anos fazendo ponta em produções e também comerciais. Mas o meu boletim tinha de ter boas notas para que eu continuasse atuando. Na verdade, eu queria seguir duas profissões: atriz e trocadora de ônibus. Na minha cabecinha, eu achava que a trocadora passava o dia passeando de um lado para o outro e ainda ficava com aquele dinheiro todo que ela arrecadava com as passagens...

E acabou que você tem mesmo duas profissões, afinal, é formada em Direito. Foi difícil abrir mão da carteira de advogada e optar por uma profissão instável como a de atriz? 
Quando me formei na faculdade, tinha acabado de fazer a Dorothy, de A Indomada. Reuni mais duas amigas e a gente estava prestes a montar o escritório quando a Globo me chamou para um contrato longo. Eu desisti da carreira e elas continuaram. Uma delas hoje é defensora e a outra fez prova para juíza, mas está morando no exterior. Acho que qualquer profissão no Brasil está instável atualmente. Há dois anos que parei de pagar a minha OAB porque hoje as pessoas conhecem um pouco do meu trabalho. A minha insegurança é menor do que no passado, mas a gente passa por um momento delicado no Brasil. É difícil falar para a minha filha o que fazer. A gente não sabe como aconselhar, que faculdade ela deve fazer... Ter um diploma não significa que você terá estabilidade no trabalho.

Alzira, sua personagem em Duas Caras, explorava um lado sensual com a "pole dance" e fez um grande sucesso. Você já conseguiu exorcizar da sua vida a sedutora Alzira? 
Confesso que eu tive medo de encarar um novo papel porque Alzira foi um sucesso. Às vésperas de eu estrear como a Dafne de Caras & Bocas, as pessoas ainda me chamavam de Alzira. Mas nos primeiros 15 dias em que a novela estava no ar, eu já ouvia no aeroporto as pessoas me associando à nova personagem. Acho que a gente desconstruiu bem a Alzira, usando na Dafne um visual completamente diferente.

Na época em que Alzira estava no ar, você chegou a colocar uma barra de ferro em casa para treinar as coreografias da personagem. Ela já saiu de lá? 
Eu tirei o queijo da minha casa assim que a novela acabou. Ele ficava lá porque, sempre que havia uma brecha, eu ensaiava. Podia ser à noite, madrugada, a hora que fosse. Tive uma professora que me ajudou no início da novela, mas depois era comigo. Eu tinha de criar os passos e lançar mão deles quando fosse preciso. E, para isso, precisava treinar.

E esse excesso de ensaios em casa não prejudicaram você fisicamente? 
Sim. Alzira me exigia muito fisicamente. Terminei Duas Caras com meu joelho machucado, abri o pulso e meu ombro ficou prejudicado. Eu sou ambidestra. Escrevo com a esquerda, mas faço todo o resto com a direita. Tinha movimentos que só conseguia fazer para a direita. Outros passos, só com a esquerda. Com isso, me ferrei toda. Fiz fisioterapia para melhorar o pulso e o ombro.

Você posou para a Playboy em 2006. Alzira veio no ano seguinte e a revista voltou a sondá-la. Por que só aceitou posar agora? 
Esse namoro com a revista começou quando Alzira ainda estava no ar. Mas eu tinha certeza de que não ia fazer naquela época porque a personagem já era muito sensual. Eu tenho sempre a preocupação de separar a Flávia Alessandra da personagem. Não queria que as coisas se misturassem. Alzira era muito sensual e eu sabia que tinha de ir na contramão. Foi em Duas Caras que o público me viu como gostosa. A Dafne me trouxe a possibilidade de fazer o ensaio de novo porque ela não é nada sensual. Eu amo o ensaio. Acho lindo, não tenho nada contra. Eu sou muito bem resolvida com o meu corpo. Eu não tinha o planejamento de fazer agora.

Você está com 35 anos. Chegou a pensar em não fazer o ensaio por não ter mais vinte e poucos anos? 
Percebi que 35 anos deve ter um peso, porque estão fazendo demais esta pergunta! (risos). Eu ainda não fiz nenhuma cirurgia plástica e prefiro malhar a fazer uma lipo.

Qual é a diferença entre os dois ensaios? 
Esse ensaio ficou totalmente diferente do primeiro, que foi feito no Rio. Desta vez, fizemos as fotos em um dia e meio, num hotel em São Paulo. Fico muito tempo em hotéis e observo quantas mulheres interessantes passam por ali. Quis colocar isso no ensaio, ser várias delas. Gostei mais desse resultado do que do anterior. Acho que ficou um ensaio mais maduro.

Domingo de folga
Domingo é o único dia de descanso para Flávia Alessandra atualmente. Por conta de Dafne, a atriz tem batido ponto nos estúdios do Projac, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, de segunda a sábado. "Eu gravo muito porque Dafne se mete na vida de todo mundo da novela. É uma loucura!", brinca. O dinamismo com que Walcyr Carrasco conduz a trama fascina a atriz, mas também a obriga a abrir mão da vida pessoal. Nas poucas horas vagas, ela procura fazer um programa em família com o marido, Otaviano Costa, e a filha Giulia, fruto de seu casamento com o diretor Marcos Paulo. "O último filme que eu vi no cinema foi Lua Nova", conta.

Apesar de Walcyr Carrasco ter fama de ser controlador, por não admitir improvisos nas cenas, Flávia é só elogios ao autor. "Ele realmente tem controle sobre o texto dele. Mas eu entendo. O Walcyr manda o capítulo com antecedência, não tem por que inventar. Ele só quer ver no vídeo o que ele escreveu", argumenta. O ritmo alucinado com que as histórias surgem e se encerram na trama imprime um ritmo frenético ao elenco. "Esse dinamismo fez com que a novela tivesse esse perfil de sitcom. Para a gente decorar é difícil porque é um bloco novo de atitude e de comportamento", explica. Síndrome de Lívia

Flávia Alessandra já fez três Lívias na vida. A primeira veio em Meu Bem Querer, em 1998. Dois anos depois, a atriz ganhou uma personagem com o mesmo nome em Porto dos Milagres. Em 2002, foi a vez de a atriz fazer mais uma Lívia, em O Beijo do Vampiro. Em 2008, o autor Miguel Falabella convidou Flávia Alessandra para interpretar a que seria a quarta Lívia de sua carreira em Negócio da China. Mas, desta vez, ela não aceitou. Por conta da recusa, surgiram rumores de que a atriz não queria mais fazer personagens com o mesmo nome. "Adorei o convite do Miguel, mas eu tinha acabado de fazer a Alzira de Duas Caras. Estava muito cansada", minimiza.

Trajetória Televisiva
Top Model (Globo, 1989) - Tânia. 
Mico Preto (Globo, 1990) - Francisca. 
Sonho Meu (Globo, 1993) - Inês. 
Pátria Minha (Globo, 1994) - Cláudia. 
História de Amor (Globo, 1995) - Soninha. 
A Indomada (Globo, 1997) - Dorothy. 
Meu Bem Querer (Globo, 1998) - Lívia. 
Aquarela do Brasil (Globo, 2000) - Beatriz. 
Porto dos Milagres (Globo, 2001) - Lívia / Iemanjá. 
O Beijo do Vampiro (Globo, 2002) - Lívia / Princesa Cecília. 
Sítio do Picapau Amarelo (Globo, 2004) - Branca Flor. 
Da Cor do Pecado (Globo, 2004) - Lena. 
Alma Gêmea (Globo, 2005) - Cristina. 
Pé na Jaca (Globo, 2006) - Vanessa. 
Os Amadores (Globo, 2006) - Camila. 
Duas Caras (Globo, 2007) - Alzira. 
Nada Fofa (Globo, 2008) - Solange. 
Casos e Acasos (Globo, 2008) - Gilda. # Caras & Bocas (Globo, 2009) - Dafne.


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