LOST – Cinco Acertos e Cinco Erros em Cinco Anos

23-09-2009 12:47

 

 

lostcincoanos

A série mais emblemática da última década está completando cinco anos de existência. Lost primeiro chegou como uma série com uma história aparentemente simples mas que depois deixou claro que havia uma grande ideia por trás.

Uma história de náufragos numa ilha não era algo inovador, praticamente desde Robinson Crusoé. Pensando assim, e não tendo um primeiro argumento bom nas mãos, feito por Jeffrey Lieber, a rede ABC chamou J. J. Abrams para melhorar. Com a adição também dos talentos de Damon Lindelof e Carlton Cruse a série se formatou num mix de mistérios, aventura e muito, muito do verdadeiro fator humano para com seus personagens. O sucesso de Lost é o bom uso desses fatores no decorrer das temporadas.

Para a nossa comemoração desses cinco anos (dia 22 de setembro) vamos listar momentos pontuais na série, que tanto a levaram para um novo patamar em termos de séries de tv quanto a deixaram com cara de um programa comum e sem brilho.

Finais de Temporada

O primeiro grande acerto de Lost foi sua ousadia para o final da primeira temporada. O grande mistério da escotilha foi alimentado durante vários episódios e optaram por não mostrar o que havia dentro dela, além do buraco, óbvio. Nota 10 para esse cliffhanger, um dos melhores de todos os tempos.

O erro relacionado aos finais foi em função do sucesso. Enquanto os executivos queriam estender por mais tempo possível a série os produtores afirmavam que o programa tinha que ter definido um prazo para a conclusão. Resultado disso é que aconteceram as temporadas curtas e resultou num final de temporada virtual no meio do quinto ano. Um final e começo são os episódios 316 e  The Life and Death of Jeremy Bentham, o sexto e sétimo. No formato que os produtores queriam (somente mais dois anos de 24 episódios ao invés de diluídos em três) seria torturante (e ótimo) esperar por longos meses pela continuação. Ganchos sensacionais que foram desperdiçados já para a semana seguinte.

Novos Personagens

Um dos grandes trunfos da segunda temporada foi a apresentação de novos personagens, principalmente os passageiros da cauda do avião. A série conseguiu a proeza de ter um “segundo episódio inicial” quando da apresentação deles.

O erro é um dos mais controversos da série. A aparição de Nikki e Paulo tanto foi interessante quando desastrosa. O motivo nem forem os personagens em si ou suas linhas de histórias, o problema foi mais grave: os roteiros não souberam apresentar o novo casal, e, muito menos, desenvolvê-los da maneira que se fazia até então.

Mistérios

A chave de todos os sucessos de Lost são os mistérios espalhados por todos os lados. Existem dois tipos, aqueles que são claros logo que uma informação nova é apresentada (um olho de vidro) e aquele que estão escondidos em cenas aparentemente normais (as peças do jogo de gamão). Com essas duas maneiras de uso os expectadores nunca sabem se compreendem o que assistem ou não. Sem mistérios a série seria apenas um bando de náufragos numa ilha deserta.

O erro foi cair numa cilada dos próprios expectadores. Desde a primeira vez que Jack tirou a camisa as tatuagens do ator Mattew Fox ficaram expostas e sob curiosidade dos expectadores. Teorias foram formuladas e os produtores cometeram o deslize de agradar os fãs. Resultado: uma solução de mistérios dos mais chatos e fracos.

Flashes

Desde o começo Lost apresenta flasbacks como recurso narrativo. Quase sempre bem usado, não chega a ser uma novidade para se contar uma história. O êxito foi ter pegado os expectadores de surpresa e passar a usar flashes de um tempo futuro a partir do final da terceira temporada. Tornou uma ferramenta já desgastada no mote para recriar a série.

O erro foi ter usado os flashes para construir a história exterior dos personagens de maneira não tão impactante do que ela era na ilha. Isso resultou em muitos flashbacks redundantes e que chegaram a causar aversão aos expectadores. Os produtores criaram um problema enorme, pois os fãs ficaram ávidos por encontrar mistérios nos flashbacks.

Mortes

É fato: não se brinca com a vida de personagens principais de uma série. Lost sofreu com isso mesmo antes de ter seu episódio inicial filmado. Jack era para morrer mas a ABC bateu o pé que a série não daria certo sem ele. Nunca saberemos se estava certa ou não, mas os produtores arriscaram novamente, desta vez com Charlie, e fizeram um personagem muito querido pelo público morrer. Uma perda inesquecível e fundamental para Lost.

O erro foi matar alguns personagens cativantes, mesmo que secundários, e, por consequência, deixar de lado muitos mistérios para trás. Libby talvez fosse um exemplo, mas ainda morreu numa situação dramática importante. Já a Rousseau não dá para dizer o mesmo, sua morte foi quase gratuita e acabou as esperanças dos fãs de ter seu passado contado com o devido destaque e pela atriz Mira Furlan.

Você concorda com esses acertos e erros? Existem outros pontos de destaque para o bem e para o mal na série?


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