Presidente Lula se emociona com vitória do Rio
A escolha da cidade do Rio de Janeiro para realizar os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 deixou o presidente Lula emocionado em Copenhague, onde ocorreu a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI). A decisão teve três rodadas de votação. Na primeira foi eliminada a candidatura de Chicago. Na segunda, a eliminada foi Tóquio. A disputa final ficou entre Madri e Rio, que venceu pelo placar de 66 votos contra 32, uma diferença muito significativa.
Lula chorou muito durante a cerimônia de assinatura do contrato de cidade-sede, seguida de entrevista coletiva dos dirigentes brasileiros com a imprensa que acompanhou a votação. Ele declarou que “O Brasil conquistou definitivamente sua cidadania internacional. Saímos do patamar de um país de segunda classe para o de uma nação de primeira grandeza”, associando a vitória à nova posição que o Brasil passou a ocupar na geopolítica mundial. As projeções indicam que, em 2016, o Brasil será a quinta economia do mundo.
Para o presidente, “Até outro dia era difícil pensar em fazer os Jogos Olímpicos no Brasil, e as Olimpíadas são uma retribuição ao povo do Rio pela sua história”, ao lembrar que o Rio perdeu muito no decorrer do tempo, sobretudo depois que deixou de ser a capital do País.
Lula afirmou que “Os mesmos que não acreditavam em nossa capacidade de governar o Brasil vão se surpreender com a nossa capacidade de fazer os Jogos”. Ele contou que, em suas conversas com integrantes do COI desde o início da campanha, sempre pedia uma chance de o Brasil mostrar sua competência. “O Brasil precisa de uma oportunidade”.
É a hora e a vez do Brasil, continuou o presidente, que admitiu ter pensado que já vivera todas as emoções possíveis em sua trajetória. “Mas posso dizer que talvez este seja o dia mais emocionante da minha vida. O Rio merece, o Brasil merece, o povo brasileiro merece”. Ele disse que conteve a emoção durante a apresentação da candidatura aos membros do COI no auditório onde se realizava o evento, mas que, depois da vitória, “era o mais emocionado de todos”.
Ao mesmo tempo, Lula disse que “Estou alegre e preocupado, porque a decisão do COI aumenta a responsabilidade do Brasil”. Mas acrescentou de imediato: “Não tenho medo de responsabilidade”. Ele lembrou que os compromissos assumidos pelo Brasil, a partir de agora, passam a ser compromissos de Estado, assegurando que o País vai cumprir o que foi apresentado ao COI.
Lula dedicou a vitória à juventude brasileira e sul-americana, porque os Jogos representarão para ela um “futuro extraordinário”.
Sobre uma hipotética vitória sobre o presidente americano Barack Obama, o presidente arrancou risos da plateia ao dizer que, durante a reunião do G-20 em Pittsburgh, nos Estados Unidos, no final de setembro, ele “convocou” o líder americano a comparecer a Copenhague para defender a candidatura de Chicago: “Se você não for, eu vou ganhar. Ele veio e nós ganhamos”. Brincadeira à parte, ele fez questão de deixar claro que não houve vitórias pessoais. “Foi uma vitória do Rio sobre Chicago, Madri e Tóquio; foram projetos de cidades, e o Rio venceu”.
O presidente salientou o esforço e a união dos governos federal, estadual e municipal, do Comitê de Candidatura, de atletas, empresários, do Poder Legislativo e de todos os brasileiros que acreditaram. Ele fez questão de agradecer a todos os funcionários dos governos e do Comitê que trabalharam na candidatura desde o início. E agradeceu também a senadores e deputados pela aprovação do projeto do Ato Olímpico, que institui um conjunto de medidas para a viabilização dos Jogos no País. O presidente da Câmara, Michel Temer, e o senador Marcelo Crivela, estavam em Copenhague participando do esforço da candidatura brasileira.
Hoje eu sinto muito mais orgulho de ser brasileiro do que eu já sentia. E lembrou que vai sentir-se igualmente orgulhoso de, em 2016, poder comemorar o 100º aniversário de João Havelange, presidente de honra da Fifa e integrante do COI, um dos maiores defensores do projeto olímpico nacional.
Neste sábado, os organizadores do Rio 2016 já vão se reunir com a direção do Comitê Olímpico Internacional, em Copenhague, para definir os primeiros passos da organização dos Jogos no Brasil.
Sueli Scutti, do Rio de Janeiro
Ascom - Ministperio do Esporte